terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Crítica > desfile dos alunos da Funetec






Sobre o desfile dos alunos da Funetec que aconteceu no último dia 10, na Usina Cultural Energisa, achei que foi uma iniciativa muito bacana. O evento foi resultado de uma oficina de 4 meses de desenvolvimento de coleção conceitual, que teve supervisão dos professores Ana Isaura Nogueira e Zeno Zanardi. Nisso, além da turma montar a coleção, os alunos também prepararam toda a produção do evento. Acho até que a escola devia manter esse evento a cada estação.

Apesar da estrutura física do evento ter me impressionado, infelizmente a coleção deixou muito a desejar. A começar pela proposta de ser algo conceitual - o que não era. Da apresentação às roupas, tudo era muito comercial, quadradinho. Até mesmo o tema da coleção muitas vezes não parecia estar sendo seguido. Como é comum acontecer com coleções que são feitas por muitas mãos, as peças não tinham muita homogeneidade. Me deu a impressão de que eram várias pequenas coleções diferentes. Enquanto passava uma sequência de roupas femininas em alfaiataria, passava também um modelo de camisa de manga comprida em malha amarelo limão fazendo a "quebra", e isso não achei bacana.

Outra coisa que me chamou a atenção foram as modelagens invernais (muitos casacos, mangas compridas) e tecidos pesados, como o tafetá (daqueles mais grossos). Acho que pra ser uma coleção de verão, eles deveriam ter dado mais leveza, principalmente pelo tema ser a água. Também apareceram muitas cores escuras, quase invernais (não que uma coleção de verão não possa ter cores escuras, mas nessa acho que pesou demais). O styling também pecou com os acessórios. Colares com pingentes de trevos e borboletas em meio a uma coleção com tema água? Não entendi...

Mas, claro que o desfile teve seus acertos. Uma sequência específica que achei muito legal foram uns vestidos que pareciam anêmonas. Pantera Costa (que não fazia parte do evento, mas acompanhou o processo de produção) me contou que o que fazia esse efeito era tule costurado com fio de cobre - o que deu uma textura incrível. Se eles tivessem se prendido naquela ideia dava pra ter feito uma coisa muito bacana. Mas foram só dois ou três looks assim. O trabalho de texturas me impressionou, o problema talvez tenha sido os tecidos pesados demais. É aquela velha questão do suporte correto para um certo trabalho...

Finalizando, independente da quantidade de erros ou acertos, acho que a grande lição tirada daí é que é fazendo que a gente aprende. E com certeza tudo foi uma grande escola para esses meninos e meninas. Se até profissionais erram (e muitos erram feio)... Eles são estudantes ainda, podem errar à vontade. Afinal, quando a gente está aprendendo, errar é o maior acerto.

Veja mais fotos no flickr Finesseland
fotos: Sarah Falcão
vai sair um texto crítico do desfile na próxima Cenário Cultural, mas o de lá é diferente.

5 comentários:

  1. eu como aluna concordo em muitos aspectos descritos, infelizmente não tinhamos controle de tudo, mas de qualquer forma foi um grande aprendizado. que este tenha sido o primeiro de muitos... em relação aos vestidos com as golas/mangas, é fio de cobre costurado em organza cristal.
    ;*'s

    ResponderExcluir
  2. Será bacana se as outras turmas da Funetec passarem por essa oficina de coleção, a aprendizagem é fato por isso a importancia.
    Fiquei muito feliz por você ter ido.
    =D

    ResponderExcluir
  3. Pois é!!! Eu como aluna também quero dá o meu pitaco kkk.
    Como Ursula disse... a gente não tinha muito controle, afinal trabalhar com muita gente é complicado.
    Mas que foi um aprendizado grande isso foi.
    Aproveito para agradecer a postagem, pois de uma forma ou de outra nosso trabalho foi divulgado.
    E as críticas foram feitas de forma bem legal.

    ResponderExcluir