o que eu tenho a ver com isso?

O que eu tenho a ver com isso?
Uma reflexão sobre moda, roupas e costumes

Vera Wang abriu uma loja em Los Angeles, Anna Wintour se recusou a ficar mais de três dias em Milão (e constatou que o Brasil tem roupas de qualidade ao ver uma coleção do garoto Pedro Lourenço), a Chanel lançou uma nova linha de maquiagens, a semana de moda de Paris está indo “de vento em popa” e o estilista Alexander McQueen faleceu mês passado. Mas, afinal, o que nós temos a ver com isso? Acredite, muita coisa!

Poucas pessoas sabem, mas um dos artigos mais fabricados (e vendidos) no mundo inteiro são as roupas. Sim, esse é um fato que pode ser confirmado por qualquer economista. A indústria têxtil movimenta cifras inimagináveis ao redor do mundo. Nosso próprio país teve seu processo de industrialização iniciado com ela, sem contar que é uma das tecnologias mais antigas existentes. E pensar “o que eu tenho a ver com a abertura de uma loja em Los Angeles” começa a ter uma resposta muito mais complexa do que imaginamos – até o fato de um tênis ser fabricado na China, em vez do Japão, tem reflexos na nossa vida (a começar pela economia).

Ao olharmos atentamente as principais semanas de moda do mundo, também percebemos que moda é muito mais que “pedaços de pano costurados de maneira a parecerem elegantes”. São reflexos do nosso tempo, das ideologias de quem a faz e de quem a usa. Ela comunica, não exatamente com símbolos e significados fixos, mas através do seu contexto. Atualmente, uma minissaia pode ser apenas uma saia, mas há quase 50 anos ela era muito mais que isso – e esse, sim, é o papel da moda.